Disciplina: Teoria Geral da administração I
Turma: ADM 2013 FAMA
1.2.2.
Conseqüências sociais
da Revolução Industrial
Os efeitos
sociais da Revolução Industrial foram largamente transformadores. Em primeiro lugar, ela provocou
uma desagregação
do modo de vida das classes mais baixas, que foram submetidas a um modo de trabalho
completamente estranho aos seus valores e tradições. Desde indivíduos que possuíam oficinas ou pequenas
propriedades agrícolas até mendigos
que peregrinavam nas cidades viam-se de repente operando máquinas assustadoras, sob supervisão cerrada de capatazes contratados, durante
períodos diários fixos,
recebendo ao final do mês uma pequena
remuneração.
A resistência dos trabalhadores a um sistema
tão diferente de tudo o que haviam conhecido foi, como seria de se esperar, muito grande. Muitos entregavam-se ao alcoolismo ou organizavam movimentos revoltosos. Em 1811 surgiu o movimento
ludita, organizado por operários que se rebelavam
contra o uso das
máquinas, quebrando-as.
Para deter
a resistência dos trabalhadores, os capitalistas forçaram
a assimilação dos novos costumes: além da supervisão cerrada do trabalho, diversas leis foram promulgadas na época prevendo
a punição dos trabalhadores que quebrassem seus contratos ou se mostrassem indisciplinados.
Um dos efeitos mais importantes da Revolução Industrial foi a concentração populacional nos centros urbanos. Já em 1851 a maior parte da população inglesa vivia em centros urbanos,
e quase um terço de toda a população em cidades com mais
de 50 mil habitantes. 10
O crescimento acelerado e desordenado transformou cidades como Manchester em amontoados de casas e armazéns, formando
extensas fileiras de imóveis que deixavam
pouco espaço para o convívio
ou o trânsito de pedestres: até a metade do século XIX eram raras as
praças públicas, calçadas
e espaços abertos. Os sistemas de esgotos e fornecimento de
água eram incapazes
de
acompanhar o crescimento ininterrupto da população; cólera
e febre tifóide alastravam-se com facilidade entre os grupos
mais pobres.
Já é possível observar
a intensa transformação por que passavam
as classes sociais no período. Continuava a existir uma oligarquia aristocrática constituída pelos remanescentes da nobreza feudal e por alguns excepcionalmente ricos; entretanto, a sociedade
como um todo sofrera grandes
alterações nas suas condições sociais. Havia surgido, de um lado, uma burguesia
industrial, a classe de maior poder político, que conduziria o avanço econômico inglês; de outro, a classe mais pobre, um proletariado que vendia a estes capitalistas sua força de trabalho. Empresários envolvidos
com o comércio e o sistema financeiro, por sua vez, ganharam
importância com a Revolução Industrial, compondo parte das classes mais abastadas.
Ao mesmo tempo, a concentração da população nos centros urbanos
criou uma classe
média, composta por famílias donas
de pequenos negócios
e profissionais liberais, como médicos, advogados
etc. A classe média constituir-se-ia num grupo de peso político considerável. No campo, a divisão fundamental era entre grandes
proprietários de terra,
na maior parte se utilizando de técnicas modernas de agricultura; e trabalhadores rurais,
cujas condições de trabalho eram precárias.
O processo por que passou a Inglaterra se repetiu de forma semelhante em outros países
europeus, como França
e Alemanha, no século XIX.
Fonte: Introdução ao estudo da administração
Professora: Aline